Foi o Papa Calisto que instituiu o jejum das têmporas, que deve ser observado quatro vezes por ano, uma em cada estação, por várias razões.
Primeira delas, a diversidade das épocas, pois a primavera é quente e úmida, o verão quente e seco, o outono frio e seco, o inverno frio e úmido. Jejuamos na primavera para temperar em nós o humor nocivo que é a luxúria; no verão para castigar o calor prejudicial que é a avareza; no outono para temperar a secura do orgulho; no inverno para atenuar o frio da infidelidade e da malícia.
Segunda razão, jejuamos quatro vezes por ano, a primeira delas em março, na primeira semana da Quaresma, para mitigar em nós os vícios, já que não podemos destruí-los inteiramente, ou melhor, para germinar em nós as virtudes. O segundo jejum ocorre no verão, na semana de Pentecostes, quando veio o Espírito Santo para o qual devemos nos preparar fervorosamente. O terceiro jejum é observado em setembro, antes da festa de São Miguel, quando se faz a colheita das frutas e devemos então entregar a Deus os frutos das boas obras. O quarto jejum vem em dezembro, quando as ervas morrem e devemos morrer para o mundo.